Hoje parei pra pensar e lágrimas escorreram. Eu simplesmente percebi que eu não estou no meu lugar. Eu posso amar minha família e saber que eles me amam também, mas eu não combino com eles. Eu não pertenço a esse mundo.
Eu não sou o filho que nenhuma mãe deseja ter. Um pai muito menos. Por isso eu vejo tanta preferência pra cima dos meus irmãos. Minha irmã é a princesa da casa, mimada, linda, perfeitinha, que todo mundo quer. Meu irmão tem um moicano, joga em campeonato de futebol, é o orgulho do papai. E eu? Sou um guri de quase 18 anos que não faz nada da vida, que tem o cabelo descolorido, que usa short ao invés de bermudão, que usa flanela ao invés de jaqueta, que dança ao invés de praticar um esporte descente. Eu não sei conversar sobre os gols do final de semana, nem sobre a inflação, muito menos sobre os políticos ladrões do Brasil. Não sou um sem assunto, mas aqui ninguém quer saber sobre o mundo do pop, as últimas modas, nem do último programa que foi lançado na internet.
Talvez nem seja justo tudo isso que eu escrevo, mas eu só queria um pouco mais de espaço. Ser aceito não é o suficiente pra mim, se é que alguém me entende. Ser incluso, é algo que eu desejo. E ao meu ver, minha família não faz nada pra que isso aconteça. Amor de mãe pra mim é uma farsa, porque ela vai me amar independente de como eu for ou do que eu pensar, ela não vai me amar porque ela me admira, ou porque eu sou alguém especial.
Quem sabe eles só percebam tudo isso, essa minha infelicidade, depois que me perderem.
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